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quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Professor: como aproximar os alunos novos

A maior arte do professor está em conseguir entrosar alunos novos com aos antigos.
Isso pode acontecer em qualquer época do ano quando chega um ou outro aluno por transferência de outra escola, ou de outro turno, mas é muito mais frequente no começo do ano letivo.
Gostamos de mudanças quando elas partem de dentro de nós, dos sonhos, dos projetos, da simples vontade ou até mesmo por uma necessidade, e é partir para o “melhor”. Em sã consciência ninguém deseja piorar de qualidade de vida, não importam os motivos, de se distanciar do seu “bom” e ir para o “ruim”. Estas mudanças geralmente ocorrem por pressões exteriores, não por vontade própria.
Para os migrantes, além dos problemas ou facilidades materiais e psicológicos que têm de enfrentar, há um posicionamento afetivo que pode melhorar ou piorar qualquer mudança: é onde se coloca o conceito: melhor ou pior do que...
Se eu mudo para o melhor que estou, então está tudo bem, o novo fica endeusado. Mas se eu mudo para pior, então está tudo mal, o novo fica demonizado. Repare que este conceito está relacionado com o mundo interior de cada um. Portanto, uma mudança familiar pode agradar uns e desagradar outros. Este conceito leva a uma avaliação do como estava, bem ou mal, antes da mudança.
Quando um aluno vai para uma escola sabidamente pior do que aquela em que estava, é fraco o desejo de se entrosar com o pessoal que já está lá. O professor tem imensa importância neste caso, pois ele lhe é a única referência inicial, mesmo que o transferente não demonstre interesse em se enturmar. Ainda que não se interesse pelos colegas, ele precisará se entrosar. O aluno migrante que sabe que está no novo somente para ser aprovado, e em seguida ir para outra “escola boa”, ele pode considerar-se em trânsito nesta escola “ruim”. Para ele, o “bom” ficou onde estava e estará para onde irá depois de aprovado. Então esta escola é “boa” somente para passar de ano.
Mas há os que deixaram o “bom” porque de fato lá não renderam, de lá foram expulsos ou mais amenamente convidados a se retirarem. Isto significa que esta escola “ruim” tem que ser “boa” para ele poder aproveitar esta chance e aprumar-se nos estudos. Merece um bom trabalho do professor, pois este aluno veio para ficar e não para piorar.
Geralmente quem tem que se adaptar é o aluno novo e não os velhos que lá já estavam, mas o professor tem que ser a sensibilidade para perceber e explorar as trocas viáveis entre eles. E Geralmente os aspectos positivos devem ser ressaltados, pois estes favorecem as aproximações. Se houver uma apresentação formal, com adolescentes maiores, seria uma quebra de gelo muito grande investir um tempo para apresentações mútuas das qualidades. Eu sou Paulo, bom em ... ; Meu nome é José, mais conhecido como Zelão e gosto de música etc.
Se em um grupo de alunos cada um deles recebe uma atenção equânime todos terão seu momento de celebridade. O clima desta apresentação pode parecer um velório ou uma festa. Isto depende do professor, que exige maior rigor e seriedade ou que estimule a criatividade mas que não vire a maior bagunça...
Quanto à matéria vale a pena pesquisar com uma pergunta da matéria do dia: Quem sabe o que é ... Quem não souber, aluno novo ou velho, pergunte a quem sabe, novo ou velho. A explicação do aluno pode ser base para a aula do dia para o professor. Isso nivela os conhecimentos.

Fonte: Içami Tiba é psiquiatra e educador. Escreveu "Família de Alta Performance", "Quem Ama, Educa!" e mais 26 livros.

SEEC garante pagamento de benefícios aos professores

A Secretária de estado da Educação e da Cultura, Betânia Ramalho, reuniu-se na tarde dessa quinta-feira, 17, com a diretoria do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Rio Grande do Norte (SINTE/RN). Na ocasião, a secretária assumiu o compromisso de saldar um conjunto de débitos da gestão anterior com a categoria, pagar também o restante do terço de férias dos servidores e a Gratificação do Mérito Educacional (GME) que somam quase R$ 12 milhões.
Entre os débitos, está o pagamento da hora suplementar referente ao ano de 2010. Trata-se de dez horas adicionais atribuídas ao professor para fechar a carga horária nas escolas. O valor total corresponde a 4,7 milhões.
No montante estão também os salários dos professores temporários referentes aos meses de novembro e dezembro de 2010. Os 612 professores temporários que foram aprovados no processo seletivo simplificado para suprir a carência nas escolas receberão os vencimentos em março. O valor desse débito chega a R$ 1,8 milhão.
Essa foi a segunda audiência do SINTE/RN com Betânia Ramalho este ano, a primeira foi no dia 27/01. Durante a reunião, a secretária firmou compromisso para agilizar os processos das aposentadorias que estão represadas e já colocou três novos assessores jurídicos em parceria com a Procuradoria Geral do Estado para dar prosseguimento a cerca de 1.600 processos. As promoções horizontais reprimidas também estão sendo revisadas com vistas ao escalonamento no decorrer do ano.

Pagamento de Benefícios

A GME é uma gratificação paga aos servidores em exercício nas escolas, e corresponde à metade do vencimento mensal. O benefício é pago em quatro parcelas: uma no mês de fevereiro, uma em abril, uma em agosto, e a outra no mês de outubro. Apenas com a GME, o Estado vai pagar aos servidores da Educação R$ 3 milhões.
Já o terço de férias dos servidores começou a ser pago em janeiro, quando foram contemplados os professores. Este mês, os demais servidores receberão o benefício, que vai custar mais de R$ 2,3 milhões aos cofres estaduais.

Gestão democrática

Além dos benefícios anunciados, o SINTE/RN e a SEEC estão se articulando para revisar a lei 290/05, de gestão democrática, no sentido de aprimorar o processo de eleição dos diretores das escolas estaduais. Também está prevista a revisão da lei 322/06 que trata do plano de cargos, carreira e remuneração do magistério estadual e a adequação do porte das escolas, com o objetivo de melhorar a remuneração da função gratificada que os diretores recebem pelo exercício da função.
Todos os compromissos firmados com o sindicato e anunciados pela secretaria estão em consonância com a mensagem anual apresentada pela governadora, Rosalba Ciarlini, na última terça, 15, ao legislativo estadual.
De acordo com Betânia Ramalho, o Rio Grande do Norte obteve baixos índices nas avaliações nacionais porque, entre outras coisas, não valorizou o professor. "Os débitos existentes deixaram isso bem claro.
A política adotada a partir de agora é de valorização e qualificação dos profissionais da educação. Precisamos manter um diálogo permanente com o SINTE e para isso vamos articular uma reunião do sindicato também com a governadora, que é sensível à questão e deseja empreender uma gestão de avanços na educação", afirmou a secretária.
Fonte: Assessoria SEEC

SP reprova professores que tiveram depressão

"Decisão contestada. O professor Jair Berce tirou licenças em 2003 e 2004 e, por causa disso, foi reprovado na perícia médica"
Professores aprovados no último concurso para a rede estadual de São Paulo estão impedidos de assumir seus cargos por terem tirado, em algum momento de suas carreiras, licenças médicas por motivo de depressão. Por essa razão, devem continuar com contratos temporários. Especialistas afirmam que a decisão é preconceituosa.
O Estado conversou com dois professores que passaram por todo o processo do concurso que selecionou docentes para atuar no ciclo 2 do ensino fundamental. O concurso tem diversas etapas: prova inicial, curso de preparação (que dura cerca de quatro meses), prova pós-curso e diversos exames de perícia médica - fase na qual foram 'reprovados'. Docentes míopes e obesos também foram impedidos de assumir seus cargos nessa mesma seleção.
Jair Berce, de 36 anos, que leciona na rede pública desde 1994 com contrato temporário, é um dos barrados. Ele conta que, na primeira perícia, foi considerado apto. Seu nome foi publicado no Diário Oficial em 8 de janeiro, na lista dos professores nomeados. No entanto, no dia 26, Berce foi convocado para uma nova perícia. O psiquiatra questionou as licenças médicas que ele havia tirado em 2003 (cinco dias afastado) e em 2004 (duas vezes: dez dias e depois duas semanas).
'Eu nem lembrava mais disso, foi há tanto tempo. Tomei fluoxetina (um tipo de antidepressivo) por seis meses. Hoje não tomo mais, estou muito bem. Foi um período difícil na minha vida: minha mãe tinha morrido, minha irmã tinha sofrido um acidente e eu estava terminando minha tese', lembra. Berce é formado em Ciências Sociais pela USP e tem mestrado em Antropologia pela PUC-SP. Ele também leciona na rede municipal de Barueri.
Nessa mesma perícia, Berce passou pelo teste de Rorschach - que consiste em interpretar dez pranchas com imagens formadas por manchas simétricas de tinta. 'Depois que soube da reprovação, pedi para ver o prontuário. Nele, havia a seguinte anotação: 'visto avaliação psicológica F-32 - sugiro temerário o ingresso' e 'não apto'', conta. F-32 é o código da Classificação Internacional das Doenças (CID) para depressão.
O professor C.Z., de 34 anos, que, assim como Berce, leciona Sociologia, atua na rede estadual há dez anos e foi vetado no concurso pelo mesmo motivo. No ano passado, ele terminou um casamento de cinco anos e precisou se afastar do trabalho. 'Foi um período difícil, que me consumiu muito e fui orientado a procurar um psiquiatra para tirar uma licença', lembra ele.
Z. ficou um mês fora da sala de aula. 'Eu nunca havia tirado licença do trabalho. E nunca tomei remédio', afirma. Segundo ele, na perícia do concurso, o médico marcou 'não apto'. 'Eu vi quando ele escreveu e perguntei o porquê. Ele disse que era por causa da licença. Tentei argumentar e explicar os motivos, mas ele não quis me ouvir.'
Os dois professores continuam dando aulas como temporários. 'É contraditório: como posso continuar trabalhando se eles me vetaram?', questiona o professor Berce.
Ambos recorreram da decisão e foram convocados para novas perícias, que devem ocorrer nesta semana (mais informações nesta página).
Discriminação. A psiquiatra da Unifesp Mara Fernandes Maranhão afirma que vetar um docente pelo fato de ele ter tido depressão é preconceito. 'Toda pessoa está sujeita a passar por situações difíceis', explica. 'Aquelas que têm propensão ou componente genético desenvolvem processos depressivos.'
Segundo Mara, são poucos os quadros realmente curáveis, já que há grande chance de recorrência. 'Mas a doença é tratável e, com acompanhamento, o paciente pode voltar a trabalhar normalmente. Não existe razão para rejeitá-lo.'
Eli Alves da Silva, presidente da Comissão de Direito Trabalhista da OAB-SP, concorda. 'Essa pessoas estão sendo discriminadas pelo próprio Estado, que é quem deveria combater esse tipo de coisa.'
Para o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), o governo deve 'propor acompanhamento a todos os casos de professores com problemas de saúde e não alijá-los do trabalho'. A entidade ressalta que seu departamento jurídico tem ingressado com ações na Justiça para garantir aos professores nessa situação o direito de lecionar.
Fonte: Evelson de Freitas/AE-

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

MENSAGEM ANUAL DA GOVERNADORA ROSALBA CIARLINI:

A Assembleia Legislativa recebeu na tarde desta terça-feira (15/02), a governadora Rosalba Ciarlini que, numa sessão solene, fez a leitura da primeira mensagem anual do seu governo.
Veja alguns trechos desta mensagem:
*Para a Educação do RN:
Todo cuidado temos dedicado à educação no Rio Grande do Norte.
Precisamos efetivar concurso público para 3.664 professores, o que será concretizado tão logo tenha o Estado possibilidade financeira e legal para as nomeações. Enquanto isso, buscaremos implementar medidas que possibilitem o cumprimento de direitos e deveres dos profissionais da educação, como pagamentos em débito desde o ano passado (hora suplementar e professor temporário), aposentadorias represadas, promoção vertical e horizontal, licença prêmio, que serão escalonadas seguindo critérios a serem agendados e definidos objetivamente.
Estamos buscando o apoio do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte - IFRN - para colocar a Secretaria de Educação do Estado na Rede de Educação Tecnológica, considerando o princípio de integração entre a Educação Básica e Superior. O ponto de partida será a qualificação dos professores e técnicos da Secretaria em relação à Educação Profissional (meta do Programa Brasil Profissionalizado). Concretamente, já há o compromisso do IFRN em disponibilizar professores do seu quadro para iniciar a estrutura da Rede que se envolverá com a Educação Técnica de Nível Médio.
Já a Universidade Federal do Rio Grande do Norte nos apoiará tanto na formação de professores, como na estruturação de cursos em áreas de elevada competência e excelência da Universidade, como informática, tecnologia da informação, licenciaturas em geral. A Universidade Estadual também estará inserida neste processo de aprimoramento da educação pública do Rio Grande do Norte.
Uma primeira e básica preocupação neste momento é o acompanhamento sistemático da Secretaria de Educação no inicio do ano letivo, com vistas a minimizar as ausências de professores e passar orientações pedagógicas às escolas. Um Plano de Ações foi traçado para esse fim e estará em vigor nas primeiras semanas do ano letivo. A exigência é a de garantir a presença do aluno na escola e apoiado em atividades curriculares, tais como oficinas de leitura e de produção de textos, atividades nos laboratórios de informática, orientações sobre o uso e a conservação do livro didático, visitas orientadas às bibliotecas, programa de qualidade de vida e educação física, debates sobre temas contemporâneos como educação para a paz, educação e teatro, educação e lazer, e apresentação de cartilhas de prevenção do uso de entorpecentes.
Estamos anunciando o repasse de recursos financeiros para as escolas, por meio do Programa Autogerenciamento das Escolas - PAGUE, no valor de R$ 1. 596.231,76; repasse para as Diretorias de Educação - DIREDs, no valor de R$ 1.238.000,00; e para o Programa Estadual de Transporte Escolar, em regime de colaboração com as Prefeituras, no valor de R$ R$ 24.799.396,00, beneficiando 62.194 alunos do ensino médio e fundamental.
Como indispensável ferramenta de trabalhado, iniciamos a reestruturação pedagógica e técnico-administrativa da Secretaria de Educação, para torná-la mais ágil, eficiente e preparada para dar o suporte necessário ao Projeto de Educação do Estado, que estamos construindo
*Para os Sindicatos de Servidores do Estado:
“Busco ajuda de todos os norte-rio-grandenses, homens e mulheres de boa vontade e espírito público. Os sindicatos não devem abdicar de suas bandeiras de luta, o que não impede os trabalhadores de compreender que a economia hoje e a criteriosa administração da escassez certamente renderá frutos no futuro: deles, principalmente dos servidores do Estado, espero colaboração, pois com eles partilho a esperança de um Rio Grande do Norte melhor para nossos filhos e netos”.

Fonte: Agência RN

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

O novo perfil do professor

Diferentes demandas se apresentam hoje como essenciais para quem está à frente de uma sala de aula
Em 2008, a consultoria norteamericana McKinsey elaborou um estudo compilando o que os países com melhor desempenho em Educação fazem para atingir a excelência. Selecionar os melhores professores está entre as conclusões do trabalho, medida que começa a ser levada a sério pelo Brasil. Para estabelecer parâmetros de qualidade na hora de escolher quem vai lecionar para nossas crianças, o Governo Federal está criando o Exame Nacional de Ingresso na Carreira Docente, que deve, em 2011, servir de referência para a contratação na Educação Infantil e nas séries iniciais do Ensino Fundamental em todo o país.
O projeto inclui uma lista com 20 características que todo profissional de Educação deve ter. NOVA ESCOLA reagrupou essas habilidades na reportagem Seis características do professor do século 21, ilustrada com depoimentos de profissionais que já as desenvolveram. Vindos de diferentes pontos do país, eles explicam como o aprimoramento é importante em sua prática. "Para promover a aprendizagem dos alunos, é fundamental desenvolver-se continuamente: olhar para a própria trajetória profissional, perceber falhas, saber o que ainda falta aprender e assumir o desafio de ser melhor a cada dia", resume Angela Maria Martins, doutora em Educação pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e pesquisadora da Fundação Carlos Chagas (FCC).
De fato, não é mais possível dar aulas apenas com o que foi aprendido na graduação. Ou achar que a tecnologia é coisa para especialistas. Trabalhar sozinho, sem trocar experiências com os colegas, e ignorar as didáticas de cada área são outras práticas condenadas pelos especialistas quando se pensa no professor do século 21. Planejar e avaliar constantemente, acreditando que o aluno pode aprender, por outro lado, é essencial na rotina dos bons profissionais.
Essa nova configuração no perfil profissional está embasada em medidas governamentais e em pesquisas sobre a prática docente e o desenvolvimento infantil."Antes, achávamos que a principal função do professor era passar o conhecimento aos alunos. Jean Piaget, Lev Vygotsky e outros estudiosos mostraram que o que realmente importa é ser um mediador na construção do conhecimento e isso requer uma postura ativa de reflexão, autoavaliação e estudo constantes", diz Rubens Barbosa, da Universidade de São Paulo (USP).
Tudo isso, é claro, porque os alunos também não são os mesmos de décadas atrás - longe disso. Com a democratização do acesso à internet, no fim dos anos 1990, passamos a ter nas escolas crianças que interagem desde cedo com as chamadas tecnologias de informação e comunicação, o que exige um olhar diferente sobre o impacto disso na aprendizagem. Finalmente, não podemos nos esquecer de que esses estudantes conectados têm uma relação diferente com o tempo e com o mundo, o que coloca desafios para a docência. A boa notícia é que há muita gente encarando esse novo mundo nas escolas. Confira as histórias de seis professores que estão firmes nesse caminho.

Artigo disponível no site da Revista Nova Escola

Um pai, uma palavra

Por vezes, fico imaginando uma resposta para a função dos pais na educação de um ser. Não do pai e da mãe. Dos pais mesmo. Pais, plural de pai. Não pais como coletivo de pai e mãe.
Estudos, sobretudo freudianos, sugerem que o pai está para a determinação da intelectualidade do filho, assim como a mussarela está para a pizza, ou o molho de tomate para a macarronada. O que tem de novo (ou aparentemente novo) é a constatação de que o nível intelectual do pai revelará o nível intelectual do filho. Note-se: estou falando, aqui, de intelectualidade, e não de inteligência.
Assim, ao olharmos um aluno, precisamos nos perguntar quem são seus pais. Pai e mãe, mas, no caso desta reflexão, exclusivamente os pais. Não é machismo, não. É metodologia científica. Sabemos que tudo afeta tudo. Pai afeta a mãe que afeta o filho. Filho afeta o pai que afeta a mãe. Mãe afeta o filho que afeta o pai. Tudo indo e vindo. Para o bem e para o mal. Mas, nós, pesquisadores e pensadores da educação, precisamos isolar para juntar.
Seguimos em frente e uma pré-conclusão precisa ser exposta: um aluno sentado na cadeira da sala de aula já é um resultado; ele vai para a aula e leva o livro de Matemática, estojo, a apostila de História e o pai. Não imaginemos que todos são iguais e aprenderão igualmente. Isso, parece, já sabemos. Mas às vezes, por mais óbvio e lógico que isto possa parecer, esquecemos dessa regra fundamental: somos diferentes porque somos resultados de processos diferentes. E quem é o pai que contribui para o processo de um aluno que nos desafia, incomoda ou que nos acomoda?
Filhos são desafiados pelos pais no plano intelectual e isso será decisivo e decisório para o filho decidir se intelectualizar cada vez mais ou largar a escola. “Quero ser melhor que meu pai”, e lá vai o menino rumo à intelectualidade sem fim. “Nunca serei melhor que meu pai”, e lá vai o aluno para o fim do fundo do poço da escola, e se torna um rebelde, um estranho no ninho de casa e da escola. Claro que isso acontece subliminarmente, sem escândalo visível, no inconsciente.
Porém, empiricamente, só posso falar com propriedade de um pai que conheci bem: o meu. Das lembranças de infância que carrego, uma delas me aparece sempre sensível: como meu pai me ensinou a amar as palavras. Ao final da tarde, depois de chegar da escola, eu sentava no colo de meu pai. Sentava, na verdade, em uma das pernas dele. Minhas pernas não tocavam o chão. Isso tudo acontecia na mesa da cozinha. Uma mesa vermelha e redonda. Sentado à cadeira, meu pai me faz lembrar, hoje, o Pensador de Rodin. Eu estava no colo do Pensador. A mesa limpa. Apenas nossos instrumentos de trabalho sobre a mesa limpa: um dicionário, caderno e um lápis. Eu e ele a postos para começar a brincadeira, vinha a primeira palavra. Meu pai escolhia uma palavra difícil, incomum, que ele conhecia, mas eu não. Então ele escrevia, com linda letra, a palavra no caderno. Escrevia a palavra na página branca e colocava um sinal de igual na frente. Então, calmamente, eu abria o dicionário e procurava o significado daquela palavra e escrevia no caderno. Não só aprendi uma infinidade de palavras, mas também aprendi a ter afinidade com as palavras. O que para muitas crianças poderia ser uma tortura, era, para mim, um prazer. Um jogo que apenas eu e ele sabíamos jogar e que ninguém mais poderia se intrometer. É verdade que minha mãe passava às vezes, para cuidar dos afazeres da cozinha, mas não interrompia a brincadeira, a atividade, a aula. Aula com amor. Amor de pai com cara de aula.
Textos acontecem quando estão prontos dentro da gente. A maturidade de um texto é uma maturidade que vem do ser. Ser e escrever: somos resultados de nossa maturidade intelectual e de vida regada por palavras. Somos resultados de nossas provocações. Crescemos a cada estímulo proposto. Fermentamos nosso pensamento a cada palavra nova. A cada ideia nova, um novo pensamento, uma nova palavra. O músculo do braço só cresce quando levamos o braço para um passeio na academia. Só passamos a saber mais, a duvidar mais, a crer mais, quando somos provocados. Nem crer em tudo, nem duvidar de tudo. Mas sempre crescendo. Pais que falam palavrões criarão crianças que não falam sequer palavras. Pais que ensinam seus filhos a trabalhar com as palavras tornarão alunos em malabaristas de palavras, contorcionistas de pensamentos, mágicos de ideias. Pais melhores, alunos melhores.

Artigo publicado na revista Profissão Mestre de agosto de 2010.
César Augusto Dionízio -
Economista e Professor e autor do livro Mais Textos: uma visão sobre a Educacão

Eu não sabia que era errado...

“Um professor pediu demissão da escola depois que um aluno adolescente interrompeu uma reunião e tentou esfaqueá-lo” – trecho da reportagem divulgada no Jornal Nacional de 8 de fevereiro.
Quando me formei em 1982, no extinto curso Magistério – equivalente ao ensino médio, profissionalizante –, houve em minha casa uma grande festa. Lembro-me do meu avô orgulhar-se em dizer aos amigos e vizinhos: “a minha neta é professora”. Fico imaginando o que ele diria hoje; talvez: “Coitada da minha neta, formou-se professora” ou, ainda, “minha neta, que é professora, precisa de seguro de vida para exercer sua profissão”.
A televisão tem apresentado um comercial que valoriza a figura do professor, mas isso não será suficiente se antes de se demonstrar o “valor” do professor, não for devidamente informado, demonstrado e aplicado tudo sobre os deveres das crianças e dos adolescentes.
Tenho visto muitos pais esbravejarem os direitos de seus filhos, outros acuados e, em algumas vezes, amedrontados com o perigo de serem “presos e condenados”, por tomarem a atitude de educar seus filhos com palmadas corretivas, coisa, aliás, que muitos de nós recebemos e merecemos, contudo não nos frustramos tão pouco nos desequilibramos e, muito pelo contrário, somos pessoas do bem, valorizamos a honestidade, nos preocupamos com nossa imagem e reputação, gostamos de trabalhar, de nos reunir com amigos, somos prestativos e temos muito prazer nisso tudo.
Os direitos estão tão à frente dos deveres, que hoje vemos jovens fortes, robustos e bem alimentados sentados confortavelmente (em um ônibus, por exemplo), enquanto que mulheres grávidas ou com crianças de colo e idosos ficam em pé, e esses jovens têm tanta certeza de seus “direitos”, que não se lembram de que as outras pessoas também têm os mesmos direitos – tomara que eles não precisem se sentar quando chegar a velhice, se chegar.
Está passando a hora de ensinarmos e exigirmos que as pessoas conheçam melhor e apliquem adequadamente os deveres e só se preocupem com os direitos quando uma situação lhes trouxer prejuízos, como era em nosso tempo de criança.
Está na hora de se definir os papeis, pois não é responsabilidade do professor ensinar aos nossos filhos os princípios de educação, aquelas palavrinhas “mágicas” (“por favor”, “obrigada” e “com licença”), e tão pouco ensinar que não se mexe no que não é seu porque você não tem o direito, mas tem o dever de respeitar o que é do outro.
Está na hora de se definir os papeis, pois não é responsabilidade do professor ensinar aos nossos filhos os princípios de educação, aquelas palavrinhas “mágicas” (“por favor”, “obrigada” e “com licença”), e tão pouco ensinar que não se mexe no que não é seu porque você não tem o direito, mas tem o dever de respeitar o que é do outro.
Os pais não chamam a atenção dos filhos malcriados e quando esses são repreendidos, os pais se ofendem e vão defender os filhos – como se ameaçar um professor, responder a uma pessoa mais velha ou ficar falando palavrões fosse apenas o direito dele.
Existe uma frase, muito inteligente, que diz assim: “É melhor você chorar hoje do que eu chorar amanhã.” Certamente, se os pais daquele menino (da notícia do começo deste texto) o tivessem deixado chorar ao invés de fazerem todas as suas vontades, hoje eles não seriam manchete negativa na televisão, contudo, hoje são eles que choram, mas, acreditem, esses pais irão buscar a “justiça” para defender o seu filho e, o professor ameaçado ainda será culpado, porque a justiça é cega, surda, muda, porém burra.
É sempre melhor ensinar do que lamentar...

Texto da pedagoga Angelica Bocca Rossi, assessora para assuntos educacionais do ensino superior, enviado ao Jornal Virtual.
E-mail: angelica.bocca@gmail.com

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Direção do Sinte se reunirá com secretária de Educação

Está marcada a segunda audiência entre o SINTE/RN e a secretária de Educação do Estado, Betânia Ramalho. O encontro será realizado na próxima terça-feira (15/02), a partir das 16h na Secretaria de Educação. “A expectativa do SINTE/RN é que a secretária já apresente resoluções da pauta emergencial protocolada em 7 de janeiro deste ano”.
Fonte: SINTE/RN

Governo afirma que pagará terço de férias e gratificação de Mérito Educacional

Em fevereiro, o terço de férias e a gratificação por mérito serão pagos ao funcionários da educação do RN, segundo informações do governo.
Fonte: SINTE/RN

George Câmara recebe placa de parlamentar do ano em 2010

Vereador disse que tem plena consciência da responsabilidade de carregar título concedido pela imprensa especializada na cobertura da Casa Legislativa.
O vereador George Câmara (PCdoB/Ntal-RN) recebeu o certificado de parlamentar do ano em 2010, durante almoço na tarde da última terça-feira (8). O título foi concedido pelo Comitê de Imprensa da Câmara Municipal do Natal, que reúne os jornalistas especializados na cobertura da Casa Legislativa.
“Ser escolhido por esse Comitê, em meio a tantos parlamentares atuantes, muito nos honra e aumenta nossa responsabilidade”, disse George, acrescentando que o Comitê é formado por jornalistas isentos e de credibilidade.
O parlamentar do ano dedicou o momento de reconhecimento de sua atuação parlamentar aos natalenses e aos que lutaram pela democracia. “Quero dedicar esse momento ao povo de Natal e a todas as forças políticas que deram a vida para que nosso país conquistasse a democracia”, afirmou.
O parlamentar do PCdoB disse ainda que aquele momento o fazia recordar de seu pai, o ex-prefeito de Parazinho e ex-vereador de João Câmara, Jaime Câmara, que faleceu no ano passado. "Também quero decidar esse diploma à memória de meu pai", frisou.
O presidente da Câmara Municipal do Natal, Edivan Martins (PV), parabenizou George em nome de todos os demais parlamentares. “A diplomação de George Câmara é justa, porque ele é um bom parlamentar. Diplomando George, estamos diplomando a integridade, a seriedade, a honradez, a honestidade. Ele é um vereador muito atuante na cidade do Natal”, elogiou Edivan.
Foto: Elpídio Júnior
Edivan Martins (PV), parabenizou George em nome de todos os demais parlamentares.
A escolha do parlamentar
A presidente do Comitê de Imprensa da Câmara, Flávia Urbano, explicou quais são os critérios levados em conta na hora da escolha do parlamentar do ano.
“O escolhido é aquele parlamentar que tem uma atuação mais destacada, que é assíduo, tem um mandato produtivo. Também é levado em consideração o respeito com que ele trata na relação com os jornalistas”, afirmou.
George Câmara foi escolhido com nove votos. O vereador Raniere Barbosa (PRB) ficou em segundo lugar, com três votos, seguido por Júlia Arruda (PSB) e Hermano Morais (PMDB), ambos com dois votos cada, e Ney Lopes Júnior (DEM), que foi votado uma única vez.
“O vereador [escolhido] é participativo, tem uma atuação destaca na Casa pela forma contundente com a qual se coloca diante dos debates mais áridos que ocorrem no plenário da Câmara”, destacou Flávia.
Fonte: NoMinuto.com

Coligação de Iberê recorre ao TSE para pedir cassação de Rosalba

Se acatada pelo Tribunal, cassação resultaria em novas eleições para o governo do Estado, já que os votos de Rosalba seriam anulados.
A Coligação Vitória do Povo, do candidato derrotado ao governo do Estado, Iberê Ferreira de Souza (PSB), recorreu ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra a governadora diplomada, Rosalba Ciarlini (DEM), por supostos abusos de poder econômico, político, dos meios de comunicação social e gastos ilícitos de campanha nas Eleições 2010.
Rosalba Ciarlini, da Coligação Força da União, foi eleita governadora do Rio Grande do Norte em primeiro turno, quando recebeu 52,46% dos votos válidos. A nova chefe do Executivo Estadual foi diplomada pelo Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Norte (TRE-RN) no dia 15 de dezembro de 2010.
A cassação de Rosalba Ciarlini resultaria em novas eleições para o governo do Estado, já que os votos por ela recebidos seriam anulados. Com isso, de acordo com as regras eleitorais, como o número de votos nulos no estado atingiria mais de 50% dos votos válidos, haveria a necessidade de eleições para o cargo.
Ainda de acordo com o recurso, Rosalba Ciarlini foi beneficiada com 104 aparições na TV Tropical, retransmissora da TV Record e de propriedade do senador Agripino Maia (DEM), durante o primeiro semestre de 2010. Tal exposição teria alavancado sua pré-candidatura ao governo do Estado em detrimento de outros prováveis candidatos.
A coligação de Iberê argumenta que o que aconteceu no caso não foi uma mera propaganda extemporânea, mas um abuso de meios de comunicação social, o que teria ocorrido no caso, já que o que se deve analisar, diante da quantidade de aparições de Rosalba na Rede Record, é “o conjunto da obra”.
Acrescenta a autora do recurso que “todo e qualquer fato era motivo” para que a senadora fosse convidada a aparecer na programação da TV Tropical e, em algumas ocasiões, teria inclusive falado sobre algumas de suas propostas.
“O que configura o abuso dos meios de comunicação social é o mote, o total, a congruência das atitudes que massificou o nome e a imagem da candidata Rosalba Ciarlini de forma reiterada, o que a habilitou para a disputa eleitoral de 2010 com induvidosa vantagem sobre os seus adversários”, salienta a coligação.
Segundo a Coligação Vitória do Povo, “foi tamanha a potencialidade” das exposições de Rosalba Ciarlini na TV Record que, em maio de 2010, ela já possuía nas pesquisas eleitorais mais do que o dobro dos percentuais dos seus eventuais concorrentes.
Afirma, assim, que as excessivas aparições de Rosalba na TV Record configuram abuso de poder econômico e dos meios de comunicação, além de propaganda fora de época de lançamento de sua candidatura ao governo do Rio Grande do Norte. Informa, ainda, que após cessarem as aparições cotidianas de Rosalba na TV Tropical seus percentuais de voto estagnaram.
“O que ocorre no caso em exame é uma ostensiva fraude à lei. Trata-se de um meio lícito – utilizar-se dos meios de comunicação para entrevistas de pessoas públicas ou não -, manipulado para a obtenção de um resultado ilícito - o favorecimento explícito à candidata recorrida”, ressalta a coligação adversária.

*Com informações do TSE

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Betânia Leite toma posse como Secretária de Educação do RN

A reconstrução da educação pública foi o foco do discurso da secretária de Educação, Betania Leite que prometeu recuperar e melhorar o sistema de educação em sala de aula e da educação de forma geral.
Ela agradeceu ao reitor Ivonildo Rego, reitor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) a indicação para a secretaria e agradeceu em nome da sua equipe formada por educadores que atuam com ela na Comperve, a confiança no novo trabalho.

1º Encontro da CTB Educação

O 1º Encontro da CTB Educação será realizado no próximo sábado, 12 de fevereiro. Será no Sindicato dos Rodoviários, na Praça Tamandaré, Baldo, das 08 às 17 horas. O público alvo será professores e funcionários de escolas.
Programação:
Manhã
:
-Os novos desafios do sindicalismo classista no Governo Dilma - Prof Aldair José (CNTE)
-O PNE e as perspectivas para a educação - Prof. Justina Iva;
Tarde:
Plano de ação para enfrentar os desafios.

Participe!