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terça-feira, 19 de outubro de 2010

Diário de um professor

Caríssimos professores, hoje é o nosso dia. Não há muito a comemorar, mas muito a refletir. O que comemoramos são os alicerces que construímos para os nossos jovens, as plataformas que estruturamos para a solidez de um futuro que nos espera.
Estamos com a consciência tranqüila de um dever cumprido e convictos que não podemos parar, o tempo não espera. Abrir caminhos é a nossa meta, criar perspectiva e formular esperanças são nossos objetivos. Somos nós os condutores desse processo, educadores com visão de futuro, timoneiros desse mar bravio.
Sem duvidas estamos cansados, a esperança nos alimenta, a indignação nos proporciona forças e motivação para continuarmos lutando por aquilo que acreditamos ser possível realizar-se: uma educação de qualidade e um futuro digno e igualitário para todos, principalmente para aqueles que são os mentores deste laborioso processo, os professores.
Caríssimos educadores não podemos perder a esperança, mesmo debaixo dos escombros, em péssimas condições, pouco oxigênio, afixando-nos com o pó tóxico de uma catástrofe, a vida sinaliza para quem nela ainda acredita.
Vamos lutar com as forças que temos, com os instrumentos que dispomos, unidos chegaremos ao topo desta escarpada montanha. Eles estão orgulhosos porque usaram o conhecimento e a tecnologia para arrancar das profundezas da terra corações que ainda batiam. No entanto, nada disso seria possível sem a educação, sem o professor.
Quem formou esses engenheiros? Quem preparou esses técnicos? Quem foram seus professores? Quem são os médicos que cuidam da saúde? Quem qualificou os advogados, juízes e promotores que irão promover um dossiê contra empresas e governantes corruptos e descomprometidos com a vida e as causas sociais?
Há! Professores que profissão eminente, nobre e grandiosa essa nossa. Somos tudo, menos reconhecidos.
Preparamos os médicos, mas o direito a saúde nos é negado, formamos engenheiros mas, não podemos comprar a nossa própria casa, profissionalizamos os juristas para exercerem o direito, mas não temos direito, ao direito que temos. Preparamos os futuro para muitos, mas para nós ele parece distanciar-se. Contudo não é o fim, a luta continua, firmes em nossos propósitos removeremos as pedras e os entulhos do nosso caminho e vislumbraremos a luz de um novo dia.
Caríssimos colegas professores, não podemos dirigir os ventos, mas podemos ajustar as velas. O futuro esta em nossas mãos. Outras reflexões gostaria de fazer. Vou ficando por aqui!
“Quando a boca não consegue dizer o que o coração sente, o melhor é deixar a boca sentir o que o coração diz” (W. Shakespeare)

Severino Ramos de Araújo
Graduado em História pela UFRN
Professor do Centro educacional José Augusto
Lecionando atualmente, Sociologia, História e Filosofia
Caicó-RN, 15/10/2010

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