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quinta-feira, 20 de novembro de 2014

EDIÇÃO ESPECIAL O BOLETIN INFORMATIVO DA CNTE EM HOMENAGEM AO 20 DE NOVEMBRO



RACISMO É CRIME: 
"Igualdade Racial não é só meu direito: é seu dever!"

Em 2003, a Lei nº 10.639 modificou a LDB, obrigando a inclusão, no currículo oficial da Rede de Ensino, da temática “História e Cultura Afro-Brasileira”. A ideia é ressaltara importância da cultura negra e valorizar as matrizes africanas que formam a diversidade da sociedade brasileira. 
A Secretária de Combata o Racismo da CNTE, Ieda Leal, lembra que a missão de combate ao racismo envolve todo o ambiente escolar: “O professor, o funcionário da escola, todos devem contribuir para que o racismo no Brasil seja mesmo eliminado. Nós temos uma grande tarefa: a responsabilidade de elaborar atividades que envolvam tanto os alunos e as alunas quanto a sociedade em geral, pra que, de fato, eles possam nos ajudar no combate à discriminação, para que a diversidade seja valorizada”.
Como parte da campanha permanente aprovada pelo conjunto do coletivo Dalvani Lellis da CNTE, todos os sindicatos de educação filiados participam sistematicamente do combate à discriminação, levando o tema às escolas. O objetivo é reafirmar a garantia de leis e direitos. Ieda lembra que nos últimos meses houve exemplos positivos e reação à violência racial: “Quem comete crime tem de ser julgado e, com todas as provas, punido, pois essa situação causa sofrimento e dor e ninguém pode viver com esse tipo de opressão”.

No Brasil, diversas leis garantem o direito da igualdade. A própria Constituição Federal de 1988 prevê que “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza”. Entretanto, a discriminação marca o dia a dia do brasileiro negro ainda hoje. Mas racismo é crime é precisa ser denunciado e combatido. 
Em 1951, foi criada a Lei 1390, mais conhecida como Lei Afonso Arinos, que proibia a discriminação racial no país. A Lei Caó, nº 7716, de 1989, passou a definir os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor; a de nº 8081, de 1990, estabeleceu os crimes e as penas aplicáveis aos atos discriminatórios ou de preconceito de raça, cor, religião, etnia ou procedência nacional, praticados pelos meios de comunicação ou por publicação de qualquer natureza; e a Lei nº 9459, de 1997, definiu crimes resultantes de preconceito de raça e cor. 
O Estatuto da Igualdade Racial foi criado para efetivara igualdade de oportunidades e a defesa dos direitos étnicos com a Lei nº 12.288, de 2010, combatendo a discriminação racial e as desigualdades raciais que atingem os afro-brasileiros.

QUE VERGONHA!
Ponha a mão na consciência

O Dia Nacional da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro no Brasil desde 1960, lembra a morte de Zumbidos Palmares, símbolo da resistência à escravidão. A data é dedicada à reflexão sobre o preconceito. Mesmo sendo crime inafiançável e imprescritível, previsto na Constituição Federal, o racismo é um dos maiores problemas enfrentados ainda hoje.
Para a CNTE, o dia 20 é um momento de reafirmar o compromisso da educação em combater o racismo na sala de aula. No início do ano, os sindicatos se envolveram na campanha “Copa sem Racismo”, estimulando a sociedade a participar da luta por um Brasil livre de discriminação nos estádios.
As escolas públicas estão fazendo parte desse momento importante de reunião de forças contra todo tipo de preconceito e discriminação racial. A ex-secretária de Igualdade Racial do Distrito Federal, a advogada Josefina Serra dos Santos, conta que foi alvo de racismo praticado por cinco Policiais militares no mês de outubro, na capital federal.

Para Drª Jô, como é conhecida, a humilhação impede que as pessoas denunciem. Por isso, é na escola que se começa a inibir e coibir esse tipo de coisa. “É só através da educação que isso vai mudar. Preconceito não é só contra negro, é contra a diversidade religiosa, a orientação sexual. Contra gordo, contra magro. Hoje chamam essa maldade de bullying, mas isso é discriminação, é racismo. É preciso ensinar e, acima de tudo, denunciar”, defende.

REAGIR À VIOLÊNCIA RACIAL SEMPRE

É na escola que reafirmamos o respeito às diferenças, pois a nossa Constituição diz que as leis existem para garantir os direitos de todos. Para a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação a escola tem papel fundamental no combate a qualquer tipo de discriminação. Por isso, neste mês de novembro, a CNTE estimula o debate com os estudantes. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios, divulgada em setembro, 107,6 milhões de brasileiros são pretos e pardos, o que corresponde a mais da metade da população do país, ou seja, 53,1% são considerados negros. Neste mês da Consciência Negra, lembre-se: racismo é crime. Se você for vítima ou presenciar um ato discriminatório, ligue para o 190 e denuncie.



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