O educador e filósofo pernambucano Paulo Freire
(1921-1997) passa a ser patrono da educação brasileira, segundo o que
estabelece a Lei nº 12.612, do último dia 13. Freire dedicou grande parte de
sua vida à alfabetização e à educação da população pobre. Nascido em uma
família de classe média, Freire conviveu com a pobreza e a fome durante a
infância. Por essa razão, o filósofo voltou sua atenção aos pobres e criou,
mais tarde, um revolucionário método de ensino, conhecido como Método Paulo
Freire.
Em 1962, Freire formou um grupo para testar o
método na cidade de Angicos (RN). Na ocasião, 300 cortadores de cana foram
alfabetizados em apenas 45 dias, sem a tradicional cartilha de ensino. O
educador criticava o sistema adotado na época para a alfabetização, que
utilizava a cartilha como ferramenta central da didática. As cartilhas
ensinavam pelo método da repetição de palavras soltas ou de frases criadas de
forma imperativa.
O método de Freire consistia em três etapas. Na
primeira, chamada de Investigação, era feito um levantamento do universo
vocabular dos alunos. Por meio de conversas informais, o educador observava os
vocábulos mais usados pelos alunos e pela comunidade e, assim, selecionava as
palavras que serviriam de base para as lições. A segunda etapa, conhecida como
Tematização, consistia no momento da tomada de consciência do mundo, através da
análise dos significados sociais dos temas e palavras. A última etapa era a da
Problematização, onde o professor desafiava e inspirava o aluno a superar a
visão mágica e acrítica do mundo.
Freire teve suas experiências reconhecidas pelo
governo de João Goulart, em 1964. Na ocasião, foi aprovada a multiplicação das
experiências no Plano Nacional de Alfabetização. No entanto, poucos meses após
a implantação, o plano foi vetado pelos militares, que assumiram o governo. O
educador foi preso e expulso do país, passando por Chile, Suíça, Estados Unidos
e Inglaterra em 16 anos de exílio. Enquanto esteve exilado, Freire difundiu sua
metodologia de ensino em países africanos de colonização portuguesa, como
Guiné-Bissau e Cabo Verde.
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