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segunda-feira, 9 de julho de 2012

Paulo Freire é declarado patrono da educação brasileira


O educador e filósofo pernambucano Paulo Freire (1921-1997) passa a ser patrono da educação brasileira, segundo o que estabelece a Lei nº 12.612, do último dia 13. Freire dedicou grande parte de sua vida à alfabetização e à educação da população pobre. Nascido em uma família de classe média, Freire conviveu com a pobreza e a fome durante a infância. Por essa razão, o filósofo voltou sua atenção aos pobres e criou, mais tarde, um revolucionário método de ensino, conhecido como Método Paulo Freire.
Em 1962, Freire formou um grupo para testar o método na cidade de Angicos (RN). Na ocasião, 300 cortadores de cana foram alfabetizados em apenas 45 dias, sem a tradicional cartilha de ensino. O educador criticava o sistema adotado na época para a alfabetização, que utilizava a cartilha como ferramenta central da didática. As cartilhas ensinavam pelo método da repetição de palavras soltas ou de frases criadas de forma imperativa.
O método de Freire consistia em três etapas. Na primeira, chamada de Investigação, era feito um levantamento do universo vocabular dos alunos. Por meio de conversas informais, o educador observava os vocábulos mais usados pelos alunos e pela comunidade e, assim, selecionava as palavras que serviriam de base para as lições. A segunda etapa, conhecida como Tematização, consistia no momento da tomada de consciência do mundo, através da análise dos significados sociais dos temas e palavras. A última etapa era a da Problematização, onde o professor desafiava e inspirava o aluno a superar a visão mágica e acrítica do mundo.
Freire teve suas experiências reconhecidas pelo governo de João Goulart, em 1964. Na ocasião, foi aprovada a multiplicação das experiências no Plano Nacional de Alfabetização. No entanto, poucos meses após a implantação, o plano foi vetado pelos militares, que assumiram o governo. O educador foi preso e expulso do país, passando por Chile, Suíça, Estados Unidos e Inglaterra em 16 anos de exílio. Enquanto esteve exilado, Freire difundiu sua metodologia de ensino em países africanos de colonização portuguesa, como Guiné-Bissau e Cabo Verde.

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