GREGÓRIO
BEZERRA:
“FEITO
DE FERRO E DE FLOR"
"Mas
existe nesta terra muito homem de valor que é bravo sem matar gente, mas não
teme o matador, que gosta da sua gente e que luta a seu favor, como Gregório
Bezerra, feito de ferro e de flor."
(Ferreira Gullar)
Nordestino
valente e destemido, homem simples de fortes princípios éticos e morais. Líder
camponês nato e dirigente comunista revolucionário passou 22 anos de sua vida
na cadeia. No Golpe Militar de 1964, a insanidade, o sadismo e a tortura dos quartéis,
no Nordeste começara cedo, logo no dia 2 de abril, quando, diante do povo
simples do lugar, Gregório Bezerra fora preso, amarrado pelo pescoço como um
animal e arrastado pelas ruas de Casa Forte, no Recife (Hugo Martins).
CONHEÇA UM
POUCO DE SUA LUTA
Gregório
Bezerra nasceu na região do agreste Pernambucano de Panelas/PE, em 13 de março
de 1900 e falesceu em São Paulo, 21 de outubro de 1983. Aos
quatro anos de idade começou a trabalhar na lavoura de cana-de-açúcar, para
ajudar a família, e aos nove já havia perdido os pais. Migrou para o Recife e,
como a maioria dos migrantes pobres era sem-terra, sem-teto dormiu por muito
tempo entre nas catatumbas do cemitério de Santo Amaro. Gregório foi analfabeto
até 25 anos de idade, foi carregador de bagagens na estação central, jornaleiro
(profissão que o levou a se interessar pela política), foi ainda ajudante de
obras, trabalhando como operário da construção civil.
A
primeira das suas muitas prisões ocorreu em 1917, quando participava de uma
manifestação de apoio à Revolução Bolchevique e das primeiras ondas de greve
geral por direitos trabalhistas no Brasil. Preso por cinco anos na antiga Casa
de Detenção do Recife conheceu o cangaceiro Antônio Silvino, de quem se tornou
amigo. Após sair da prisão decidiu ingressar na carreira militar. Em 1922
alistou-se no exército; alfabetizou-se e em 1929 entrou para a Escola de
Sargentos; Foi
instrutor da Companhia de Metralhadoras Pesadas na Vila Militar e instrutor de
Esportes, no Rio de Janeiro.
De volta ao Recife, filiou-se, em 1930, ao Partido Comunista Brasileiro (PCB). Em 1935, no Recife, liderou o levante militar promovido pela Aliança Nacional Libertadora (ALN), sendo condenado a 28 anos de prisão, acusado da morte de um oficial durante uma ação para conseguir armamentos de um quartel militar no Recife para a Revolução de 1935. Em seguida fora levado, primeiro para Fernando de Noronha e, depois para o Rio de Janeiro, no Presídio Frei Caneca, onde dividiu cela com o ex-comandante da Coluna Prestes e secretário geral do Partido Comunista do Brasil, Luís Carlos Prestes.
De volta ao Recife, filiou-se, em 1930, ao Partido Comunista Brasileiro (PCB). Em 1935, no Recife, liderou o levante militar promovido pela Aliança Nacional Libertadora (ALN), sendo condenado a 28 anos de prisão, acusado da morte de um oficial durante uma ação para conseguir armamentos de um quartel militar no Recife para a Revolução de 1935. Em seguida fora levado, primeiro para Fernando de Noronha e, depois para o Rio de Janeiro, no Presídio Frei Caneca, onde dividiu cela com o ex-comandante da Coluna Prestes e secretário geral do Partido Comunista do Brasil, Luís Carlos Prestes.
Com
o fim do Estado Novo, foi anistiado e elegeu-se constituinte (depois deputado
federal), em 1946, por Pernambuco, na legenda do PCB, sendo o deputado
constituinte mais votado do estado. Teve seu mandato cassado em 1948,
juntamente com todos os parlamentares comunistas. Viveu na clandestinidade por
nove anos, organizando núcleos sindicais no Paraná e em Goiás.
Foi
preso imediatamente após o golpe militar brasileiro de 1964, nas terras da
Usina Pedrosa, próximo a Cortês-PE, pelo capitão Álvaro do Rêgo Barros, quando
tentava organizar a resistência armada dos camponeses ao golpe em apoio ao
governo federal de João Goulart, e estadual de Miguel Arraes de Alencar.
Após
a prisão foi transferido para o Recife, onde foi torturado e arrastado em praça
pública no bairro de Casa Forte por oficiais do Exército Brasileiro, com uma
corda no pescoço, e teve os seus pés imersos em solução de bateria de carro,
ficando em carne viva, atrocidade exibida pelas tv local.
Condenado
a 19 anos de reclusão, teve seus direitos políticos cassados por força do Ato
Institucional nº 1. Foi libertado, em 1969, juntamente com outros 14 presos
políticos, em troca da devolução do Embaixador dos Estados unidos no Brasil, sequestrado
por um grupo de oposição armada.
No
exílio, viveu no México e na então União Soviética, retornando ao Brasil dez
anos depois, em 1979, com a anistia. Logo, entrou em divergência com o seu
partido (o PCB), desligando-se de seus quadros. Gregório
apoiou o Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) e, nessa legenda,
candidatou-se, em 1982, à Câmara dos Deputados, ficando como suplente.
Comparado
a Nelson Mandela, que passou 27 anos Gregório Bezerra, passou 22 anos de sua
vida preso por motivos exclusivamente políticos.Antes
de morrer, Gregório declarou: “Gostaria de ser lembrado como o homem que foi
amigo das crianças, dos pobres e excluídos; amado e respeitado pelo povo, pelas
massas exploradas e sofridas; odiado e temido pelos capitalistas, sendo
considerado o inimigo número um das ditaduras fascistas”.
(Adaptação: Hugo Martins -
Fonte: http://pt.wikipedia.org/)
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