“Lugar de agressor
machista não é nas galerias do Congresso, é na cadeia”
Nesta terça-feira
(2), durante uma sessão onde os congressistas debatiam a nova meta do superavit
primário, a senadora Vanessa Grazziotin foi insultada por setores reacionários
do Senado, que não pouparam adjetivos machistas. A UBM, em solidariedade não só
à senadora, mas às mulheres brasileiras, repudia o machismo e condena todas as
formas de agressão.
"Nota da UBM de repúdio à agressão
sofrida pela senadora Vanessa Grazziotin
A União Brasileira
de Mulheres manifesta seu veemente repúdio à violência de gênero sofrida pela
senadora da República Vanessa Grazziotin (PCdoB/AM). Nesta terça-feira (2),
durante uma sessão em que congressistas debatiam a nova meta de superavit
primário, Vanessa foi insultada de maneira vil pela claque reacionária que, das
galerias, mostrou sua falta de politização e seu excesso de machismo.
É emblemático que
em plena vigência da campanha dos 16 Dias de Ativismo Pelo Fim da Violência
Contra as Mulheres uma mulher, que possui mandato popular, seja agredida desta
maneira. Os gritos de “vagabunda” dirigidos à parlamentar calaram fundo nas
mulheres brasileiras. Calaram porque sabemos como ainda é um desafio para as
mulheres ocuparem os espaços públicos de poder e decisão, contrariando todo o
sistema patriarcal que estrutura nossa sociedade.
A agressão covarde
durante o discurso de Vanessa não foi apenas discordância à sua posição
política progressista na matéria em questão, mas o ódio de quem não admite que
mulheres exerçam o poder político em igualdade com os homens. É o ódio de quem
não aceita que o Brasil está mudando, se tornando mais justo e com
oportunidades para todas e todos.
É lamentável e
inadmissível que uma parlamentar seja alvo desse tipo de injúria de baixíssimo
nível, com clara conotação moral sexual e que só é dirigida às mulheres.
Divergências políticas e debates fazem parte da democracia. Desqualificação e
machismo, não!
A UBM manifesta sua
solidariedade à senadora Vanessa e reafirma sua luta pela Reforma Política
democrática com paridade de gênero e fim do financiamento das campanhas por
empresas, pois, só assim, mais mulheres ocuparão os espaços de poder e nosso
Parlamento deixará de ser um ambiente tão masculino e tão machista, onde uma
mulher é submetida a aguda violência moral, impetrada a plenos pulmões e sem
nenhum constrangimento por quem deveria estar lá para assistir à sessão.
Por isso exigimos a
punição dos agressores, que podem ser facilmente identificados pelas câmeras de
segurança e que não devem ter mais direito a adentrar as dependências do
Congresso, além de responderem criminalmente pelo que fizeram. Violência contra
a mulher é crime e lugar de agressor machista não é nas galerias do Congresso,
é na cadeia!"
UNB
(Fonte:
http://www.vermelho.org.br/noticia/254620-83 de dezembro de 2014 - 9h46
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