Ser jogador de futebol ainda é o sonho da garotada
Felizmente, as condições espirituais para
a superação da referida crise (do futebol brasileiro) estão postas, emanados, conforme
visto, do sentimento coletivo de mudança resurgido do fracasso, da vergonha e da
humilhação coletiva advindo da maior derrota da Seleção Brasileira em todos os
tempos, ocorrida no mundial de 2014 no Brasil. Se as condicionantes históricas estão
postas à mesa, é chegada a hora de, como diz o samba, “levantar, sacodir a
poeira e dar a volta por cima” (Beth Carvalho).
É chegada a hora da mudança, mas,
antes é preciso que os viços e erros cometidos no passado sejam todos
combatidos e eliminados com pleno rigor, determinação e obstinação. Só assim é
possível a superação da profunda crise. Devem-se criar os dispositivos legais e
medidas institucionais (aprovação de leis, CPIs, audiências públicas, debates
legislativos, consultas populares, etc.) necessários à eliminação pela raiz das
causas estruturais da atual crise do futebol brasileiro. Só assim, poderemos avançar
rumo às conquistas almejadas pelos 200 milhões de torcedores, nossa “pátria de
chuteiras”, o povo brasileiro.
O esporte deve ser concebido como
política de Estado e o futebol, paixão nacional, patrimônio imaterial espiritual
de nosso povo, dirigido por homens e mulheres competentes, honestos(as) e de reputação
ilibada, numa organização desportiva democrática, transparente, participativa, autárquica,
pública de credibilidade, não de uma empresa privada com fins lucrativos, nem
de bolsa de valores ou casa de leilão.
Precisamos isto sim, de uma Federação
desportiva transparente, moderna e eficiente a serviço de nossas crianças e
juventude, que seja reconhecida, respeitada, respaldada e prestigiada pelo povo
brasileiro, que honre os símbolos da pátria amada – as cores da bandeira
brasileira, o hino nacional e todo legado histórico deixado por atletas que,
como Romário, honra a história gloriosa Coleção Brasileira de Futebol.
Finalmente, precisamos de uma estrutura
organizacional desportiva que valoriza, prestigie e fortaleça os clubes
brasileiros – não apenas os grandes clubes das capitais, fomentadores de sonhos
da gatada, mas, especialmente, os pequenos clubes e agremiações futebolísticas do
interior, reveladores de talentos e oportunizadores de sonhos –; uma
organização revitalizada e forte o suficiente para combater o tráfico de
influência das corporações multinacionais e dos meios de comunicação de massa,
livre da tirania das cartolagens inescrupulosas, corruptas e antiesportivas; uma
organização desportiva catalizadora e fomentadora de talentos, a serviço dos
atletas do presente e do futuro que triunfarão vitoriosos pelos campos brasileiros
e pelo mundo afora.
Só assim, ergueremos o maior de todos
os tropéis – a beleza a criatividade e habilidade artística, sem igual, de
nossa juventude – e soltaremos a voz gritando bem alto a palavra “CAMPEÃO.”
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